quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Todas iguais, dentro de um carro prateado,
todas iguais, cabelos presos num rabo de cavalo seboso, acastanhado sem personalidade,
Sem espíritos que as movam,
todas com a face macilenta esboçando espasmos
de satisfação gordurosa preenchendo todas as frustrações.
For while.
Todos esbranquiçados
com olhos vidrados nas vitrines
necessidades urgentes de nada
tudo líquido
tudo pegajoso de mãos meladas de consumo
Babando,
cultuando ilusões.
Consumindo o sexo sujo atrás das portas
depois apontando
consumindo,
consumindo tudo,
Engolindo, suados, desesperados,
precisam ter.
Consumam meu corpo apodrecido,
enxovalhado.
Consumam minha alma degradada,
me deixem ver seus olhos embaçados de prazer e culpa.
Pulverizada.
Consumam meu medo, minha dor,
minha vergonha
meu prazer
me consumam .
Me façam chorar e gritar,
me calem.
Consomem saturacão do grotesco,
máquinas acopladas em engenhocas
Tão necessárias.
Tão desejadas.
Me consumam como os vermes consumirão,
sintam o gosto amargo de paixão,
sintam o hálito mortal,
Olhem nos olhos que hipnotizam e destroem,
me consumam porcos agonizantes!

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