terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O cara passando do lado pediu um cigarro,
sem chance.
Saia curta arrastando os pés em chinelos rasteiros,
a fumaça do cigarro, as buzinas as cantadas vulgares, ela nem ligava,
andava, entorpecida, com a música que gritava nos ouvidos palavras que machucavam , queria se manter assim,talvez de noite ela se cortasse, se drogasse, talvez,
Ela já não esperava pelo homem,
as palavras seduziram , se perderam com a velocidade de um raio, brinquedos perigosos. facas eram mais seguras que um poema, um poema de olhos azuis, uma brincadeira sem relevância,
Ela esquecia, não importava mais, nem eram mais azuis.
A mão tremia com a brasa esperando que o vento apagasse.
Mostrou o dedo para o motorista do caminhão,
Mais um! Que se dane essa porcaria toda.
A ponte estava perto, o rio correndo chamava para o salto, ela sentia dores de estômago em pensar,
 ia sentar ali, ia saltar ali, ia esperar.

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