quarta-feira, 19 de junho de 2019

Um fator kafkiano de certo
se sente uma lagosta, baratas aquáticas
Desencaixada da sua carapaça repulsiva
Um cutelo lhe quebraria o sufoco de viver nesse casco asqueroso
explosão em fogo e tormento
gigantesca
Precisa arrancar
imensidão de caminhos
Não cabem
Tudo machuca
Seu corpo se ressente
chora pedras, cristais, adagas, silvos
Um crustáceo miserável
Sorri apesar de si mesma
teatro absurdo
Um resumo mediano
de cores
vazios
Universos paralelos no estômago
Sem olhos.

Texto: Karem Schumacher

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