quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

burn

RED ROSES ICE BODY

Fucking
Slap her face make head throb
ask for more
Fear
Wait,
look fierce
Hands around the neck
Cigarettes
Sneaky smiles
Crush
Eyes Closed
Hurt
Affection,
Slap on face
Sadistic glow
On your knees
Obedient
Swallows
The principle of pain
Cloudy eyes, violent hands
full of delights.
Reluctant
Your legs are open
Hurt
A kind of trance
Cries and feels
I smile with pleasure
Ask for more.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Com sua aparência respeitável
sujeira debaixo do tapete
fantasmas atrás das portas
Eles rezam.
Se dizem pessoas de bem
julgam
condenam
sufocam
matam.
A diferença que assusta a normalidade
aniquilada
invejada
odiada
desejada.
Pessoas de bem que circulam com roupas comportadas,
não se exponha
seja igual
não ouse realizar aquilo que os desconserta
Não mostre sua dor.
Seus sonhos?
Esconda todos
Finja, sorria seja cortês
Arreganhe seus dentes, ande devagar
não tente olhar para os lados
como um cavalo, obedeça
ou corra o risco de ser chutado
marginalizado.
Não se arrisque a ver o que ninguém vê
seja comum
nojo
insatisfação.
Cusparadas da minha alma
para todos
exposição da minha carne
tudo meu
destroçado por ousar.
Atravessarei os mares da mesmice sempre,
até quando meus olhos se fecharem e minhas veias se abrirem.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Todas iguais, dentro de um carro prateado,
todas iguais, cabelos presos num rabo de cavalo seboso, acastanhado sem personalidade,
Sem espíritos que as movam,
todas com a face macilenta esboçando espasmos
de satisfação gordurosa preenchendo todas as frustrações.
For while.
Todos esbranquiçados
com olhos vidrados nas vitrines
necessidades urgentes de nada
tudo líquido
tudo pegajoso de mãos meladas de consumo
Babando,
cultuando ilusões.
Consumindo o sexo sujo atrás das portas
depois apontando
consumindo,
consumindo tudo,
Engolindo, suados, desesperados,
precisam ter.
Consumam meu corpo apodrecido,
enxovalhado.
Consumam minha alma degradada,
me deixem ver seus olhos embaçados de prazer e culpa.
Pulverizada.
Consumam meu medo, minha dor,
minha vergonha
meu prazer
me consumam .
Me façam chorar e gritar,
me calem.
Consomem saturacão do grotesco,
máquinas acopladas em engenhocas
Tão necessárias.
Tão desejadas.
Me consumam como os vermes consumirão,
sintam o gosto amargo de paixão,
sintam o hálito mortal,
Olhem nos olhos que hipnotizam e destroem,
me consumam porcos agonizantes!