terça-feira, 25 de julho de 2017

Essa noite anjos baixaram suas asas sobre mim
Asas essas que me calaram por um minuto, um século talvez.
Me fizeram chorar por meus erros
Eu então mais uma vez calei meu espírito
Fechei meus olhos
Entendi
Suas asas me queimavam como se eu fosse um demônio
Me acolhiam
Tinha decidido
Queria o fogo
Mas os anjos me acolheram
Anjos caídos
Sujos
Todos me olhavam
Raios de luzes azuis cortavam o céu
Os anjos de luz me disseram coisas
Sussurravam histórias de amor e paz
Eu queria arder
Eles choraram por mim
Asas escuras batiam frenéticamente por mim
Aclamavam a dor
Eu queria mastigar minha consciência
Os anjos haviam me falado
Tudo seria diferente
Mentiras
Eu tentei me esconder
Tentei fugir
Ainda ouço no meio da noite
O bater sinistro de anjos na minha janela
Ainda ouço ruídos debaixo da cama
Ainda quero dormir para sempre.
E esquecer o brilho daquela estrela.

POEMA PARA JOHN

John foi o único sopro de vida
Enredado, entrelaçado com a morte,  não poderia.
De fato se entregava com certo prazer
Tão certo quanto as veias pulsando
Olhos vidrados
Confortavelmente
John é poesia feita de dor
Machuca, implora
Com pés gelados..coração duro
Neve
Neve por todos os lados
Angústia em metanfetaminas
Perdido em quartos sujos
Ele era amor
É espinho
Aceitou o sangue
Sem preces para aconchegar seus medos
O dono do vilarejo
John escolheu
Foi escolhido
Enxotado
Foi recolhido pela princesa louca
Que espera os dias passarem
E agora ficou sozinha
John partiu.
Deixou tudo para trás
Até mesmo aquela por quem jurou amor
Em doses alucinógenas
Em gritos sufocados
John a deixou
E ela passou a dançar nas tumbas
John não voltou
Não ligou
Nem mandou um olá
A dolorosa existência
Que acorrenta
Até o dia  em que terra nos cubra
John é vida pura em morte certa

terça-feira, 18 de julho de 2017

Tive várias visões sobre vc essa noite.
Faces milenares.....vidas em Eras além dos tempos.
Of course..comfortably numb we were.....
Em um momento tu eras um velho...um velho como se fosse talhado em rochas.
Eu entendi de várias formas
Enquanto seus rostos passavam por mim se apresentando
Eu conhecia todos
Sim
Além das portas abertas...
um entendimento
Luz dos olhos.

sábado, 1 de julho de 2017

O fetiche era mãos.
Língua.
Fetiche era segredo.
Era nuvem entorpecida,
Delícias.
Fetiche era querer,
era ficar de joelhos.
Saliva.
Segredos ditos ao pé da orelha,
Silêncio.
Fetiche era olhar nos olhos,
sentir o gosto e querer todos os dias.
É fetiche por  inteiro.
Sombras de agitação elétrica.
Fetiche sorrateiro.
Escraviza a vontade,
deseja  submissão.
Fetiche são as mãos, que deslizam.
Fetiche é noite quieta, que sobe escadas,
finge que não liga.
Não esquece.
Sorri e continua,
fetiche pela ilusão.
Por olhos, boca,
fetiche por sussurros roucos.
Fumaça que dispersa, que seduz.